ESCUTA / LISTEN, 2001

papel kraft
intervenção no
ateliê da artista

kraft paper
intervention at
the artist’s studio

Escuta_01
Escuta_04
Escuta_06
Escuta_07
Escuta_02
Escuta_03
Escuta_05

ESCUTA foi feita pela primeira vez em 2001, como parte de um projeto educativo do Sesc/Senac para a televisão. Tratava-se de um programa de visitas aos ateliês de artistas para mostrar seus espaços, instrumentos e processos de trabalho.
Naquela ocasião, me pareceu que tudo aquilo não era senão uma encenação do fazer artístico e que, naqueles termos, o artista apareceria como falso personagem de si mesmo. Argumentei como pude, mas o formato geral já tinha sido decidido e não foi possível mudar.
Propus, então, que documentassem um trabalho “de verdade”, ou seja, um trabalho que se mostrasse em seu processo real, abrangendo erros e acertos, perguntas, desvios e improvisações.
A proposta foi, assim, revestir inteiramente o espaço interno do meu ateliê (e isso incluía utensílios, mesas, cadeiras, estantes, portas, janelas, teto e chão) com um papel de embrulho qualquer, e que tal trabalho fosse documentado pela equipe de filmagem.
Assim foi feito. Durante vários dias, eu e mais três assistentes trabalhamos intensamente para cobrir cada detalhe do espaço do ateliê com papel Kraft; a cada dia, o processo ia sendo registrado em vídeo.
No fim, pudemos nos surpreender alegremente dentro daquela cápsula ocre, iluminada pela luz filtrada das janelas e claraboias empapeladas – quase uma paisagem de desertos, montanhas e cordilheiras imaginárias. [CG]

LISTEN was first made in 2001 as part of a Sesc/ Senac educational project for television. It was a program of visits to artists’ studios to show their spaces, instruments, and work processes.
At that time, it seemed to me that all this was nothing but a staging of the artistic process and that, in those terms, the artist would appear as a false interpreter of himself. I argued as I could, but the general format had already been decided and it was not possible to change it.
I proposed that they document a “real” work, that is, a work that would show itself in its actual process, encompassing errors and adjustments, questions, detours, and improvisations.
The proposal was thus to cover entirely the internal space of my workshop (and this included utensils, tables, chairs, shelves, doors, windows, ceiling, and floor) with any wrapping paper and to have such work documented by the filming crew.
This was done. For several days, I and three other assistants worked intensely to cover every detail of the workshop space with Kraft paper; every day, the process was recorded on video.
In the end, we were able to surprise ourselves happily inside that ochre capsule, illuminated by the filtered light of the windows and papered skylights – almost a landscape of deserts, mountains, and imaginary mountain ranges. [CG]

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