fita de LED estrutura metálica 4,38 × 16,80 m MuBE – Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia São Paulo
LED strip light metal frame 4.38 × 16.80 m MuBE – Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia São Paulo
TERRA parte de uma conversa que tive há algum tempo com o Paulo Mendes da Rocha. Ele me falava que poderíamos pensar em fazer um trabalho em cima daquele grande plano que é a laje do Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia, São Paulo – MuBE. Uma coisa para ser vista do alto. Não sei o que se passava na cabeça dele, e nem sei bem o que se passou na minha… Quando foi marcada uma exposição em homenagem a ele, lá no museu, visitei várias vezes o MuBE. Subi na laje pela primeira vez para fotografar e fazer o “reconhecimento do território”. Naquela ocasião, tive a certeza de que não dava para fazer nada. Vista do chão, a laje tem um desenho muito limpo, mas, de cima, ela é cheia de acidentes – manta de proteção térmica, canaletas para o escoamento da água, bordas arredondadas como uma bandeja, respiradouros e ralos… havia muitos acontecimentos… arquitetônicos, hídricos, visuais e matéricos… tudo muito diferente da tela em branco que eu tinha na minha imaginação. Saí de lá com a certeza de que não ia conseguir… Então, pensei numa espécie de mensagem para ser vista de cima, bem de longe, de muito alto, dos prédios, dos aviões, de satélites, quem sabe, por astronautas em naves espaciais… TERRA é um grande luminoso azul que delineia as letras da palavra T-E-R-R-A. Primeiro fiz pequenos desenhos a lápis e depois projetei a estrutura, pensando no peso, nos materiais possíveis, nas instalações… É um jogo com a ideia de anúncio luminoso da nave-terra, uma homenagem ao querido amigo arquiteto. Um anúncio não visível do chão, que só poderia ser visto de uma certa altura, de um outro lugar, que não é mais o espaço expositivo do museu. Ao propor o luminoso TERRA, que ninguém poderia ler diretamente, eu quis trabalhar com a des-visibilidade do mundo, em contraposição à ideia de um mundo saturado de visibilidade, via imagens e mais imagens. De repente, se tem um trabalho que não é visível, do qual apenas se tem notícia, por ouvir dizer. E cada um tem que imaginar, pensar, supor ou desejar ver… Queria trabalhar a partir da ideia de desfazer um mundo positivado pela imagem. À noite, quando escurece, é possível ver só uma aura azul sobre a laje do museu. [CG]
EARTH is part of a conversation I had with Paulo Mendes da Rocha some time ago. He told me that we could think of doing a work on that large flat area that is the MuBE roof. Something to be seen from above. When an exhibition at the museum was named in his honor, I visited MuBE several times. I went up to the roof for the first time to photograph and “scope out the territory.” At that time, I was sure that nothing could be done. Viewed from the ground, the flat area has a very clean design, but from above it is full of un-flat elements – a thermal protection layer, water drainage channels, rounded edges like a tray, vents and drains… there were many occurrences… architectural, water, visual and material… all very different from the blank screen I had imagined. I left there with the certainty that I would not be able to do it… So I thought of a kind of message to be seen from above, from a distance, from up very high, from buildings, from airplanes, from satellites, and perhaps by astronauts in spaceships… EARTH is a large luminous blue that delineates the letters of the word e-a-r-t-h . First I did small pencil drawings, and then I designed the structure, thinking of the weight, the possible materials, the installations… It is a game with the idea of a luminous announcement of the earth-ship, a homage to the dear architect friend. An announcement not visible from the ground, which could only be seen from a certain height, from another place, which is not the museum’s exhibition space. In proposing the luminous earth, which no one could read directly, I wanted to work with the dis-visibility of the world, as opposed to the idea of a world saturated with visibility, via images and more images. Suddenly, you have a work that is not visible, about which only news is heard, as they say. And each has to imagine, think, suppose or wish to see… I wanted to work from the idea of undoing a world that was made positive by image. At night, when it gets dark, one can see only a blue aura on the museum surface. [CG]
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